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Repórteres SC: Entrevista com o repórter Mário Medaglia

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Projeto da Revista Pobres & Nojentas, iniciado em 2023, de entrevistas com trabalhadores e trabalhadoras do jornalismo catarinense. Neste episódio ouviu o repórter Mário Medaglia.

Foi na casa onde está a Fundação Cultural Badesc, construída nos anos de 1920, que o jornalista Mário Medaglia concedeu a décima entrevistado ao projeto Repórteres SC. Antes de iniciar a conversa, ele gentilmente entregou à equipe um exemplar de seu livro de memórias, intitulado “O menino que corria atrás da notícia”, pela Editora Insular, lançado em 2021, com capa ilustrada por Edgar Vasques.

Fazia tempo que os amigos instigavam Mário a contar sua história com o jornalismo. Ele descobriu que não levava jeito, mas um dia começou a escrever e o livro nasceu. O título e a ilustração de capa fazem alusão a um fato da meninice de Mário, quando ele e a garotada procuravam em meio à vegetação uma carga que foi lançada por um pequeno avião no balneário Rondinha Velha, no litoral gaúcho. A carga era o vespertino Folha da Tarde, jornal tablóide da Cia. Caldas Júnior que foi vendido aos veranistas.

Conhecido pela cobertura esportiva, foi nela que Mário iniciou no jornalismo, como repórter da Editoria de Esportes do jornal Zero Hora. Em 1971, quando terminou a graduação em jornalismo na Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC-RS, fez parte da equipe que fundou o Jornal de Santa Catarina, em Blumenau. Em 1972, veio para Florianópolis e na capital catarinense atuosamente como repórter, editor, correspondente, comentarista e colunista. Também foi assessor da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e membro do Conselho Estadual do Esporte. Na entrevista, ele também falou de sua passagem por Brasília, onde trabalhou na assessoria do Banco Nacional de Crédito Cooperativo e como chefe de redação na RBS TV.

Das coberturas que marcaram sua trajetória, Mário cita o acidente aéreo ocorrido em abril de 1980 envolvendo um avião da Transbrasil, as grandes enchentes em Santa Catarina e episódios saborosos dos Jogos Abertos de SC, que cobria em diferentes cidades, sendo o jornalista esportivo Juca Kfouri uma de suas referências profissionais. Ele também fala sobre as experiências, em diferentes órgãos, como assessor de imprensa.

O cuidado com a memória do jornalismo catarinense faz parte do currículo de Mário e aparece na entrevista. Ele é coautor do livro “O ESTADO – 100 Capas”, e cronista do livro “Loucos e Memoráveis ​​Anos – O Centenário do Jornal O ESTADO”, ambos de 2015, no qual há textos de jornalistas notáveis ​​do estado. 

Na conversa com a equipe do projeto, Mário abordou ainda o etarismo – a discriminação por idade – na profissão e nas redações, fato que contrasta com o período no qual a experiência obtida por anos de fazer jornalístico foi valorizada entre os colegas e, em especial , por quem iniciou a profissão. A entrevista é mais uma aula de jornalismo para um jornalista que segue ativo nas redes sociais.  

Entrevista realizada no dia 11 de julho de 2023.

Apoio: Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC)

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